"Não cobiçar as coisas alheias" (Ex 20, 17). Este mandamento tem como suporte a regra do amor. Quem ama o próximo não quererá apropriar-se de seus bens: eis a mística deste mandamento. Porque o coração humano é desejoso de possuir e de se apropriar dos bens materiais, desordenada e até injustamente.
Deus Pai nos exorta a que tenhamos cuidado e saibamos vencer a tentação da cobiça, do desejo desordenado de se apropriar dos bens alheios.
Dentro do coração humano existe a tentação do possuir os bens materiais. É uma tentação tão forte que é capaz de dominar a vontade das pessoas, que passam a ser escravas dessa tendência, capazes de usar todos os expedientes para se apropriar dos bens alheios. Não é uma tentação ausente nos ricos, pelo contrário, aqueles que possuem muitos bens, querem tê-los sempre mais.
Este mandamento denuncia a ambição desregrada de bens materiais, a inveja por causa dos bens alheios, o apego desordenado a posses materiais, as negociatas e jogadas de toda espécie para enriquecer-se ou possuir desonestamente.
Este mandamento proíbe a ambição desregrada. A inveja é a tristeza sentida diante do bem de outrem e o desejo imoderado de dele se apropriar; é um vício capital. O batizado combate a inveja pela benevolência, a humildade e abandono nas mãos da Providência Divina.
Os fiéis de Cristo "crucificaram a carne com suas paixões e concupiscências" (Gl 5, 24); são conduzidos pelo Espírito e seguem seus desejos.
O desapego das riquezas é necessário para entrar no Reino dos Céus. "Bem-aventurados os pobres de coração". Eis o verdadeiro desejo do homem: "Quero ver a Deus".
Pe. Alírio J. Pedrini, scj
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