segunda-feira, 9 de junho de 2025

Bem-aventurada Virgem Maria, Mãe da Igreja


A memória da Bem-aventurada Virgem Maria, Mãe da Igreja, recorda-nos que a maternidade divina de Maria se estende, por desejo de Jesus, à maternidade humana, ou seja, à própria Igreja, mediante um ato de consagração.

Em 2018, o Papa Francisco introduziu a celebração desta memória na segunda-feira, após a solenidade de Pentecostes, dia em que a Igreja nasceu.

Este título dado a Maria não é novo. Em 1980, São João Paulo II convidou os fiéis a venerar Maria como Mãe da Igreja. Antes dele, em 1964, São Paulo VI, na conclusão da terceira sessão do Concílio Vaticano II, declarou que a Virgem é “Mãe da Igreja”. Mais tarde, em 1975, a Santa Sé propôs a celebração de uma Missa votiva em honra da Mãe da Igreja, mas, não entrou no calendário litúrgico. Além dessas datas, não podemos esquecer quanto o título de Maria, Mãe da Igreja, esteve presente na sensibilidade de Santo Agostinho e São Leão Magno; de Bento XV e Leão XIII, até nossos dias, quando, em 11 de fevereiro de 2018, por ocasião do 160º aniversário da primeira aparição da Virgem em Lourdes, o Papa Francisco tornou obrigatória a memória da Virgem Maria, Mãe da Igreja.

“Estavam de pé, junto à cruz de Jesus, sua Mãe, a irmã de sua mãe, Maria, mulher de Cléofas, e Maria Madalena. Quando Jesus viu sua Mãe e, perto dela, o discípulo que amava, disse à sua mãe: “Mulher, eis aí teu filho”. Depois, disse ao discípulo: “Eis aí tua Mãe”. Desde então, o discípulo a acolheu em sua casa” (Jo 19,25-27).

Aos pés da Cruz

Maria “estava” aos pés da Cruz de Jesus. “Estava” é um verbo que indica presença, continuidade, modo de participar. Ao contrário dos discípulos, Maria acompanhou seu Filho Jesus ao longo da Via Sacra. Maria enfrentou aquele momento com grande dignidade, sem nunca fugir dos acontecimentos da vida. Ela estava ali. Por isso, ”Jesus confiou o discípulo amado à sua Mãe” e vice-versa. 

Novo “eis-me aqui” de Maria

Maria é convidada por seu Filho a dizer um novo “Eis-me aqui”, um novo “sim” mais consciente e maduro. Por meio do seu estar “aos pés da Cruz“, amadureceu sua experiência de fé e maternidade, que a tornou capaz de ir mais além. No fundo, desde o início, o coração de Maria foi repleto de interrogativos: “Qual o sentido daquela saudação” (Lc 1,29). Até diante de Simeão, surgiram questões: “Eis que este Menino está destinado a ser causa de queda e de soerguimento para muitos homens em Israel e a ser um sinal que provocará contradições, a fim de serem revelados os pensamentos de muitos corações. E uma espada transpassará a tua alma” (Lc 2, 34-35). Maria e José “estavam admirados das coisas que diziam dele” (Lc 2, 33). A expressão “Eis-me aqui” de Maria não foi dita uma vez por todas, mas cresceu e amadureceu com os acontecimentos da vida, inclusive os da “Cruz”, sob a qual ela “estava”. Daí, com esta fidelidade reforçada, Maria recebeu uma nova missão, uma espécie de “suplemento” de maternidade, a ponto de se tornar “Mãe da Igreja”. Mãe, porque nos regenera na graça, desde que aprendamos a crescer na “estatura de Cristo” (cf. Ef 4, 7-13).

Vida cristã ancorada no mistério da Cruz

A festa de Maria, Mãe da Igreja, “ajudará a recordarmos que a vida cristã, para crescer, deve estar ancorada no mistério da Cruz, na oferta de Cristo, na Virgem dolorosa, Mãe do Redentor e dos redimidos», explica o Decreto. Como Maria soube “ficar” aos pés da Cruz, sem evitar ou fugir do esforço de compreender e sofrer, assim, como Mãe, soube “estar” ao lado de cada um daqueles que o Filho tornou seus filhos. Isso nos leva a invocá-la como “Mãe da Igreja”:

Oração do Papa Francisco

Ajudai, ó Mãe, a nossa fé. Abri o nosso ouvido à Palavra, para reconhecermos a voz de Deus e a sua chamada. Despertai em nós o desejo de seguir os seus passos, saindo da nossa terra e acolhendo a sua promessa. Ajudai-nos a deixar-nos tocar pelo seu amor, para podermos tocá-Lo com a fé. Ajudai-nos a confiar-nos plenamente a Ele, a crer no seu amor, sobretudo nos momentos de tribulação e cruz, quando a nossa fé é chamada a amadurecer. Semeai, na nossa fé, a alegria do Ressuscitado. Recordai-nos que quem crê nunca está sozinho. Ensinai-nos a ver com os olhos de Jesus, para que Ele seja luz no nosso caminho. E que esta luz da fé cresça sempre em nós até chegar aquele dia sem ocaso que é o próprio Cristo, vosso Filho, nosso Senhor. (Papa Francisco, “Lumen Fidei”)
Fonte: vaticannews.va

domingo, 8 de junho de 2025

A Sequência de Pentecostes

 

A Sequência é um gênero de texto litúrgico, cujo nome deriva do fato de ser cantada ou recitada após a aclamação, como um prolongamento do Aleluia.

A sequência de Pentecostes é uma das cinco atualmente em uso no Rito Romano, sendo também conhecida por sua invocação inicial: Veni Sancte Spiritus.

Assim como os hinos, lembramos aqui do Glória e do Santo, as Sequências não podem ter o seu texto alterado, suprimido ou prolongado.

Quanto a autoria da Sequência de Pentecostes, esta é atribuída a Stephen Langton, chanceler da Universidade de Paris e Arcebispo de Canterbury.

Sequência de Pentecostes

  • Espírito de Deus, enviai dos céus um raio de luz!
  • Vinde, Pai dos pobres, dai aos corações vossos sete dons.
  • Consolo que acalma, hóspede da alma, doce alívio, vinde!
  • No labor, descanso, na aflição, remanso, no calor, aragem.
  • Enchei, luz bendita, chama que crepita, o íntimo de nós!
  • Sem a luz que acode, nada o homem pode, nenhum bem há nele.
  • Ao sujo lavai, ao seco regai, curai o doente.
  • Dobrai o que é duro, guiai no escuro, o frio aquecei.
  • Dai à Vossa Igreja, que espera e deseja, Vossos sete dons.
  • Daí em prêmio ao forte uma santa morte, alegria eterna. Amém!

quarta-feira, 4 de junho de 2025

Ele está no meio de nós!


"E lhes digo ainda mais: se dois de vocês na terra estiverem de acordo sobre qualquer coisa que queiram pedir, isso lhes será concedido por meu Pai que está no céu. Pois onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, eu estou aí no meio deles."
(Mt 18, 19-20)