quinta-feira, 26 de maio de 2016

Festa de Corpus Christi - Significado

 

Nesta quinta-feira, 26 de maio, a Igreja Católica, em todo o mundo, comemora o dia de Corpus Christi. Nome que vem do latim e significa “Corpo de Cristo”.

A festa de Corpus Christi tem por objetivo celebrar solenemente o mistério da Eucaristia – o Sacramento do Corpo e do Sangue de Jesus Cristo.

Acontece sempre em uma quinta-feira, em alusão à Quinta-feira Santa, quando se deu a instituição deste sacramento. Durante a última ceia de Jesus com seus apóstolos, Ele mandou que celebrassem Sua lembrança comendo o pão e bebendo o vinho que se transformariam em seu Corpo e Sangue.

"O que come a minha carne e bebe o meu sangue, tem a vida eterna e, eu o ressuscitarei no último dia. Porque a minha carne é verdadeiramente comida e o meu sangue é verdadeiramente bebida. O que come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele. O que come deste pão viverá eternamente" (Jo 6, 55 – 59).

Através da Eucaristia, Jesus nos mostra que está presente ao nosso lado, e se faz alimento para nos dar força para continuar. Jesus nos comunica seu amor e se entrega por nós.

Origem da Celebração

A celebração teve origem em 1243, em Liège, na Bélgica, no século XIII, quando a freira Juliana de Cornion teria tido visões de Cristo demonstrando-lhe desejo de que o mistério da Eucaristia fosse celebrado com destaque.

Em 1264, o Papa Urbano IV através da Bula Papal "Trasnsiturus de hoc mundo", estendeu a festa para toda a Igreja, pedindo a São Tomás de Aquino que preparasse as leituras e textos litúrgicos que, até hoje, são usados durante a celebração. Compôs o hino “Lauda Sion Salvatorem” (Louva, ó Sião, o Salvador), ainda hoje usado e cantado nas liturgias do dia pelos mais de 400 mil sacerdotes nos cinco continentes.

A procissão com a Hóstia consagrada conduzida em um ostensório é datada de 1274. Foi na época barroca, contudo, que ela se tornou um grande cortejo de ação de graças.

No Brasil

No Brasil, a festa passou a integrar o calendário religioso de Brasília, em 1961, quando uma pequena procissão saiu da Igreja de madeira de Santo Antônio e seguiu até a Igrejinha de Nossa Senhora de Fátima. A tradição de enfeitar as ruas surgiu em Ouro Preto, cidade histórica do interior de Minas Gerais.

A celebração de Corpus Christi consta de uma missa, procissão e adoração ao Santíssimo Sacramento.

A procissão lembra a caminhada do povo de Deus, que é peregrino, em busca da Terra Prometida. No Antigo Testamento esse povo foi alimentado com maná, no deserto. Hoje, ele é alimentado com o próprio Corpo de Cristo.

Durante a Missa o celebrante consagra duas hóstias: uma é consumida e a outra, apresentada aos fiéis para adoração. Essa hóstia permanece no meio da comunidade, como sinal da presença de Cristo vivo no coração de sua Igreja.


Fonte: Canção Nova

terça-feira, 17 de maio de 2016

Por que duvidaste?

Pedro, o primeiro e principal dos apóstolos, como muitos homens, sentiu em sua própria carne o peso da dúvida. Impetuoso e apaixonado, ao reconhecer seu Mestre vindo nas sombras da noite, pediu para andar sobre as águas para ir ao seu encontro.

Nesse momento, a fé de Pedro era real, porém incipiente. Baseada no amor a seu Senhor, essa fé, por ser débil, necessitava apoiar-se no prodígio. Em última instância, mais do que na palavra de Jesus, fundava sua certeza na resistência das águas.

O apóstolo avançava garboso, sacudido pelo vento e pelas ondas. Em tal confusão, sentiu medo. A firmeza de seu andar começou a ceder e a água foi se abrindo lentamente sob seus pés. Sua fé submergiu.

Diante da perspectiva do abismo, carente de todo apoio e de toda segurança, Pedro teve de voltar-se definitivamente para Jesus e depositar sua confiança Nele. Do fundo de sua dúvida e de seu temor, gritou: "Senhor, salva-me!" (Mt 14, 30). A dúvida foi o passo para a fé decisiva. A prova fê-lo transitar da confiança, talvez superficial, em seu Mestre para a fé profunda. Perdendo suas seguranças descobriu que sem Jesus ele se afundava para sempre.

Duvidar e fazer-se perguntas que tocam as raízes não significa necessariamente que tudo se acabou... Ao contrário, esta constitui, às vezes, a condição para voltar-se definitivamente para Deus. Quando já não existe apoio humano, quando tudo parece terminar, o homem pode estender suas mãos a seu Senhor e exclamar: Salva-me!

A dúvida radical pode nos auxiliar a descobrir sem imposturas, sem enfeites, a necessidade absoluta que temos de Deus.

O homem do século XX, que viu boa parte de suas certezas se romper, tem muito que aprender com a dúvida de Pedro. Tal como sucedeu ao apóstolo, sentiu que sob seus pés se desfizeram muitas seguranças, surgindo por isso inumeráveis dúvidas, temores e perguntas. Não obstante, para muitos pode ser esse o caminho do reencontro. Pedro duvidou porque não havia concedido espaço para a entrega total, mas no último momento compreendeu que Jesus estava a seu lado, disposto a estender-lhe a mão.

A verdadeira fé não anda sobre as águas... apoia-se unicamente em Deus. Quem duvida tem de saber que não está sozinho em seu mar. Quem perdeu todas as suas seguranças e quem tem necessidade de um porto, em sua impotência, pode voltar-se para o Senhor e pedir-lhe que o salve. Jesus estará sempre esperando por ele. "Homem de pouca fé, por que duvidaste?" (Mt 14, 31).



Fonte: Livro: As perguntas de Jesus, Pe. Fernando Montes, SJ - ed Loyola, 2005

segunda-feira, 2 de maio de 2016

Sétimo Mandamento


"Não roubarás" (Dt 5, 19), disse Deus. "Nem os ladrões, nem os avarentos herdarão o Reino de Deus" (1 Cor 6, 10), escreveu São Paulo.

O sétimo mandamento prescreve a prática da justiça e da caridade na administração dos bens terrenos e dos frutos do trabalho do homem. Os bens da criação são destinados a todas as pessoas e o direito à propriedade privada não abole a destinação universal dos bens.

O amor de Deus gera o amor ao próximo, que motiva e gera o respeito pelos bens dos irmãos. Dois irmãos de sangue que se amam, jamais furtarão ou tomarão os bens um do outro. Eis a mística deste mandamento: o amor respeita os bens alheios.

O Pai celeste, que criou todas as coisas para todos os seus filhos, quer que esses bens sejam bem distribuídos, e que cada qual respeite as posses do outro. Aquele que furta, rouba, prejudica a seu irmão, demonstra que "não é irmão", que não ama, que é egoísta, interesseiro e não merece confiança. Acaba por se prejudicar, adquirindo má fama e desprestígio.

O roubo é retirada de um bem de outra pessoa. E toda forma de apropriação e uso injusto dos bens do outro é contrária ao sétimo mandamento. E a injustiça cometida exige a restituição do bem roubado.

O domínio concedido ao homem, pelo Criador, sobre todos os recursos não pode ser separado do respeito às obrigações morais, inclusive para com as gerações futuras.

(Pe. Alírio J. Pedrini, scj)